Buraco de 1 km na
Sibéria aumenta de 10 a 30 metros por ano e, além de expor
detalhes do passado, dá pistas importantes sobre impacto do aquecimento global.
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Um buraco de 1 quilômetro de extensão e 85 metros de profundidade não
para de crescer em uma remota região da Rússia e é chamado de "porta para
o inferno" por pessoas que vivem na região, que preferem evitá-lo.
Mas cientistas asseguram que se trata de uma cratera única, um registro
detalhado de 200 mil anos de história da Terra.
Batagaika, a gigantesca cratera, emerge de forma dramática na floresta
boreal da Sibéria à medida que o permafrost - tipo de solo que está sempre
congelado - derrete como efeito do aquecimento global.
A cratera tem crescido na
média de 10 metros por ano. Mas em anos mais quentes, esse aumento chegou a 30
metros, conforme indicou estudo do Instituto Alfred Wegener em Potsdam, na
Alemanha. A instituição vem monitorando o buraco há uma década.
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A cratera representa uma rara oportunidade de observar, ao mesmo tempo,
o passado, o presente e o futuro.
As camadas de sedimento expostas revelam como era o clima na região há
200 mil anos. Resquícios de árvores, pólen e animais indicam que, no passado, a
área foi uma densa floresta.
Esse registro geológico pode
ajudar a compreender como será, no futuro, a adaptação da região ao aquecimento
global. E, ao mesmo tempo, o crescimento acelerado da cratera é um indicador
imediato do impacto cada vez maior das mudanças climáticas no degelo do
permafrost.