O ano de 2020 foi um período difícil para a economia brasileira, diversos setores econômicos precisaram se adaptar ao novo cenário e se manter ativos mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus. E nesse cenário de mudanças, a atividade imobiliária se manteve (porém em um ritmo mais lento no início da pandemia). A taxa básica de juros (Selic) no menor nível registrado (2,25% ao ano), crédito imobiliário mais acessível, estabilidade da inflação, somada as novas necessidades de moradia, com mais conforto e espaço, segurou o mercado, que apresentou um crescimento de 0,19% no Brasil até o momento.
A venda de imóveis, que havia sofrido um pequeno declínio devido o distanciamento social e a imprevisibilidade econômica, agora começam a se recuperar. De março a junho, houve um salto de 2% na compra de imóveis, de acordo com pesquisa realizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Esse dado se confirma localmente. A Aracati Construções e Incorporações soma um acréscimo positivo na venda de apartamentos de dois dos seus empreendimentos: o Unique Três Poderes e Cosmopolitan Residence. Os residenciais estão com suas últimas unidades à venda com uma oportunidade de financiamento de até 320 meses.
O consultor imobiliário, Jairo de Oliveira, explica a recuperação do setor, “No início, como em todo o cenário nacional, tivemos uma queda, pois não sabíamos o que iria acontecer no mundo. Depois que o mercado econômico, como um todo, foi se adaptando, foi-se aprendendo a trabalhar com o mercado imobiliário no momento de pandemia, então a partir daí, começamos a ter uma retomada”.
Oliveira, além de destacar a segurança econômica de se ter um imóvel próprio, reforça também a busca de interesse das pessoas em adquirir o bem mesmo em meio a pandemia. “Hoje as pessoas que possuem uma reserva, estão ávidas por investir e não tem muita opção de investimento porque tudo está com juros muito baixos. E o ativo mais seguro e que me dar uma segurança de rentabilidade é um imóvel. A cada ano que passa o dinheiro dela além de atualizar, vai gerar uma lucratividade sobre o investimento.”
Mudanças de percepção com a quarentena
Com as medidas de isolamento social, as pessoas tiveram que mudar hábitos e comportamentos, transformando a forma de viver e onde viver. A quarentena mudou a percepção das pessoas em relação à moradia, já que elas passaram a ficar mais tempo em casa, daí a necessidade de se buscar mais conforto e espaço no lar. Esse comportamento é percebido pelo empresário do ramo da construção civil em Imperatriz, Paulo Sergio Gundim que ressalta. “Nossa empresa já tinha lançado algumas unidades e empreendimentos antes da pandemia. E agora no final do ano estamos entregando obras. Como já tínhamos projetos em andamento, a pandemia não nos afetou. Mas o que sinto que aconteceu no mercado imobiliário, é que as pessoas passaram a ficar mais tempo em casa, e por isso elas estão procurando uma qualidade de vida melhor. Hoje elas estão reformando e construindo por estarem conscientes que precisam preparar sua casa para ficar nela com mais conforto. Muitas vezes as pessoas não davam esse devido valor a sua morada, e com a pandemia, isso aconteceu”.
Essa percepção é assegurada pela CBIC, que em parceria com a Brain Inteligência Corporativa, divulgou no mês de julho dados inéditos sobre a intenção de compra de imóveis no Brasil. A pesquisa aponta um aumento expressivo na realização de compra de imóveis ao longo da pandemia. De março a junho, houve um salto de 3% na intenção de compra das famílias.
Com isso, olhando para o futuro, as projeções para o mercado seguem animadoras. A expectativa é de um novo ciclo imobiliário dentro do segundo semestre deste ano e, sobretudo a partir de 2021.